segunda-feira, 7 de julho de 2008

“... passo por muitas humilhações, mas é necessário para sustentar minha casa.”, diz Maria da Conceição Cunha,41,há 21 anos diarista.

Por:
Beatriz Souza Parrado
Déborah Cristina Rafael
Erica de Carvalho
Leobas

Repórter – Como é sua rotina de trabalho?
Maria da Conceição-Eu chego de manhã no endereço que me passaram, aí o patrão ou a patroa me explica o serviço que eu devo fazer, eu faço e no fim do dia, quando eu termino tudo direitinho, recebo o dinheiro e volto pra minha casa.

Repórter – O que levou a senhora a trabalhar nessa atividade?
Maria da Conceição-A falta de estudo e a necessidade de dinheiro.

Repórter – Em média, quanto recebe um trabalhador nessa atividade?
Maria da Conceição-De R$ 40,00 a R$ 70,00 por dia.

Repórter – Conte-nos um acontecimento que foi marcante na sua profissão.
Maria da Conceição-Minha patroa saiu para trabalhar e eu fiquei sozinha em casa com o marido dela, e ele ficava dando em cima de mim.

Repórter– Conte-nos os motivos que fizeram você ganhar bem mais ( ou bem menos ) que você ganha normalmente.
Maria da Conceição-Quando em um mesmo dia eu limpei duas casas, porque o serviço era pouco.

Repórter – Conte-nos que condições de trabalho você tem para ganhar o seu sustento.
Maria da Conceição-Depende muito da casa, porque tem pessoas que se preocupam e outras não.

Repórter – Você gosta do que você faz? Por quê?
Maria da Conceição-Eu não gosto, porque passo por muitas humilhações, mas é necessário para sustentar minha casa.

Repórter – O que você pretende para seu futuro profissional?
Maria da Conceição-Continuar limpando casas, porque não tenho dinheiro nem tempo para fazer uma faculdade e conseguir um emprego melhor.

Repórter – Quais as desigualdades que você encontra para exercer sua profissão?
Maria da Conceição-Quando as pessoas me maltratam e me tratam como se eu fosse um lixo.

Repórter – Quando você era criança, chegou a pensar que um dia seria uma diarista?
Maria da Conceição-Com certeza não, eu queria o melhor pra mim, mas tive que começar a trabalhar cedo para ajudar meus pais em casa, e não pude continuar os estudos.

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