sexta-feira, 4 de julho de 2008

As pessoas pensam que não é um bom trabalho, as pessoas gostam muito de dividir as 'camadas' ,diz Alberto Nobrega Cunha, 46,pipoqueiro.

Pela equipe de reportagem
Renata Arcaro
Lorena Flores
Jade Brito


Repórter: Há quantos anos trabalha nessa ocupação?
Alberto: Trabalho nessa ocupação à 18.

Repórter: Qual a média de rendimento que o senhor obtém nessa ocupação por dia?
Alberto: Consigo geralmente de R$20,00 à 35,00 no máximo, por dia.

Repórter: Quantas horas o senhor trabalha por dia?
Alberto: Por dia eu trabalho das 9:00 hs às 17:00 hs. Trabalho por dia 8 hs, e tiro uns 40 mins para comer alguma coisa.

Repórter: Conte-nos como é sua rotina de trabalho.
Alberto: É uma rotina cansativa, pois há dias que não tem quase movimento, e eu acabo pegando todo o calor ou frio do dia.
Eu acordo e venho trabalhar direto, quando me dá fome, eu como alguma coisinha que costumo trazer de casa mesmo, e sigo o resto do meu dia fazendo amizades e vendendo pipoca!

Repórter: Conte-nos um fato curioso/marcante em sua profissão.
Alberto: Um fato marcante, foi quando a Dani Bananinha estava fazendo uma pegadinha para um programa, aqui na Av. , e eu pedi u autógrafo, e ela me deu! Eu fiquei surpreso, pois ela nem me conhecia e eu sou apenas um pipoqueiro. Foi uma coisa que eu fiquei feliz, e me marcou bastante.

Repórter: Conte-nos como você começou nessa ocupação.
Alberto: Há 18 anos atrás, eu fui demitido de uma papelaria que eu trabalhava, e, como tinha um filho de dois anos, fiquei preocupado, e pedi para amigos e parentes me avisarem de algo...Quando tive um único retorno, de um grande amigo meu, que me avisou que um 'cumpadre' dele estava vendendo seu antigo meio de trabalho, um carrinho de pipóca. Na hora eu aceitei, e estou nisso até hoje!

Repórter: Que opiniões as pessoas têm sobre a sua ocupação?
Alberto: Olha, as pessoas menosprezam, olha diferente até...Acho que as pessoas pensam que não é um bom trabalho, as pessoas gostam muito de dividir as 'camadas'.

Repórter: Que opiniões você tem, sobre sua ocupação?
Alberto: Ah, eu acho que é uma ocupação desvalorizada, e não muito lucrativa...Mas em casa, sou eu e minha esposa que trabalhamos, então dá para dividir as despesas.

Repórter: Quais direitos trabalhista deveriam ter os trabalhadores informais?
Alberto: Acho que algo igual o seguro desemprego, só que nos meses que vendermos muito poucas pipocas, teríamos um salário garantido.

Repórter: Dê uma declaração para nós, sobre sua ocupação:
Alberto: É muito difícil e cansativo, apesar de fazer amigos...
Por isso que me arrependo muito de não ter estudado, escutado meus pais, que pegavam bastante no meu pé...
Hoje meu filho tem dezesseis anos, e não quero de jeito nenhum que ele tenha um trabalho que não dá prazer...

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